terça-feira, 31 de agosto de 2010

Simplicity The Ultimate Sophistication

Delicate Thought

Saio do ginásio, ligo o carro, chego a casa, tomo banho e coloco uma música relaxante enquanto me sento no tapete da sala.

Não sei porquê mas passei o dia com uma enorme vontade de escrever não sei sobre o quê nem sobre quem, sei apenas que tenho vontade de deitar para fora algumas palavras que porventura transformam-se em texto.

Voltando ao ginásio estava eu na passadeira ao lado de 2 raparigas provavelmente da minha idade que trocavam ideias sobre a exorbitância dos preços do material escolar, entre a conversa comecei a imaginar o que teria perdido ao entrar na universidade e apostado durante anos na minha formação pessoal. A verdade é que não sei ao certo onde estaria, com quem estaria e o que faria, sei apenas que a minha garrafa SIGG da kitty contrastava com a toalha bordada de uma das raparigas e não pude evitar pensar no quanto as nossas vidas eram diferentes.

Love the Way You Lie

Love It.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Enjoy

Apesar de o dia ser de festa - São Vicente em grande com 16 marmanjos dentro de um T 1-apetece-me deixar aqui esta música.

Have a nice weekend

sábado, 21 de agosto de 2010

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terça-feira, 17 de agosto de 2010

O Orgulho

Por indicação da minha tia acabei por descobrir um bolg com o nome “ O Alfaiate Lisboeta” ao percorrer este espaço acabei por encontrar um texto genialmente bem escrito, confesso que há muito tempo não lia um texto tão bem fundamentado, a nitidez de pensamento faz-nos sentir amadores na língua e na forma como defendemos os nossos ideais. Por essa razão decidi utilizar o meu humilde espaço para divulgar não só um texto mas um pensamento que como diria uma rádio tipicamente portuguesa “ vale a pena pensar nisto”.

http://oalfaiatelisboeta.blogspot.com/

nunca vi tantos paneleiros na minha vida". Foi assim que começou a minha passagem pela parada gay. Foi no táxi que apanhei no aeroporto que soube do evento. Pelo motorista, um madrileno de 25 anos que antes de andar nas rondas trabalhou 5 anos nas obras. Com base no meu senso-comum repleto de presunções sociológicas diria que dificilmente um português com a mesma trajectória falaria daquele evento num jeito tão natural. Sem um único travo de crítica ou escárnio. Falámos da parada da mesma forma que percorremos os caminhos das nossas selecções na África do Sul ou que trocámos números sobre a taxa de desemprego de cada um dos nossos países. Fui a Madrid visitar um amigo e curiosamente foi ele (que não é propriamente o mais gay friendly dos meus amigos) quem sugeriu que passássemos pela parada. E foi já no meio da festa que repeti com surpresa sincera "foda-se, nunca vi tantos paneleiros na minha vida". "paneleiro" é um termo feio. Primeiro na sua fónica e depois no seu sentido. Tanto assim é que o emprego mais vezes para falar de tipos que não me merecem o respeito que propriamente de tipos que se deitam com outros tipos. Mas não é sobre palavras ou glossários pessoais que me apetece falar. Até porque não planeio fazer nenhum mea culpa por não empregar os vocábulos mais precisos ou diplomaticamente correctos. É sobre a diferença, e sobre a forma como a olhamos. Parece reinar uma obsessão de identificar tudo o que se destaca daquilo que temos por regra. E de aplicar uma censura social em torno dela. Mais que uma lei ou uma proibição, a censura sobre o que quer que não ande alinhado com uma dada consciência colectiva pode ser a forma mais cruel de julgar alguém. Enquanto corríamos os inúmeros autocarros que compunham a parada ia reparando na quantidade de homens musculados, de traços viris e aparência masculina que iam revolucionando q.b. a minha visão pré-definida, limitada e um tanto ou quanto arcaica daquela que é ou deixa de ser a imagem de um gay. Não vos vou dizer que me é completamente indiferente ter ao lado um bodybuilder a olhar-me de alto abaixo como se eu fosse o seu brinquedo sexual predilecto para aquela noite mas a verdade é que não estou em condições de vos garantir que, nunca na vida, lancei olhar idêntico a uma miúda bem feita e, entre uma atitude e outra, não vejo porque raio a do matulão madrileno haverá de ser mais censurável que a minha.

Não nasci ensinado a lidar com a diferença. Devia ter uns 12 ou 13 anos quando numa manhã ia a passar junto à secretaria da minha escola. Na fila estava o único rapaz do liceu que nunca se deu ao trabalho de negar que simpatizava com moços bonitos. Lembro-me tão bem… Passei e comentei alto "as bichas na bicha". E fi-lo com a sensação que estava a proclamar o trocadilho mais sofisticado à face da terra. Acendeu-se um rastilho de esgares e risadas em torno do miúdo que já parecia lidar com colegas estúpidos como eu como se de uma inevitabilidade nos tratássemos. Não foi há muito tempo que me cruzei com ele de novo. Faltou-me coragem para o abordar e pedir desculpa por qualquer mau bocado que a minha brejeirice lhe tivesse infligido um dia mas, em verdade vos digo, sinto-me em falta com ele. A censura social consegue ser, muitas vezes, mais castradora que qualquer lei. Tenho a certeza que o número de aceleras que se gaba de fazer parte do percurso entre Lisboa e Porto ao dobro do permitido por lei vai diminuir brutalmente, não no dia em que as penas se agravaram, mas na hora em que sentirem que o indicador do seu velocímetro não merece mais a aprovação daqueles que os rodeiam. E parte do problema da intolerância sexual reside precisamente no facto de, em muitos meios tidos como sofisticados, se cultivar uma certa homofobia. Reside no aparente orgulho que parece existir entre aqueles que rejeitam qualquer diferença relativa à sua própria condição. Chego a ficar com a sensação que a homofobia é para muitos homens, uma forma de afirmação da sua própria virilidade, como se a rejeição de uma orientação sexual diferente da sua lhes assegurasse, simultaneamente, níveis olímpicos de testosterona e o reconhecimento da sua masculinidade pelos seus pares.

Para uma criança o sentimento de marginalidade é provavelmente o cenário mais aterrador que se lhe poderá desenhar. Num ambiente homofóbico, qualquer adolescente que sinta atracção física por alguém com quem partilhe o balneário arriscar-se-á a sentir isolado num mundo que não lhe parecerá ter sido desenhado à sua medida. Arriscar-se-á a sentir que, ele mesmo, não tem lugar na concepção de condição humana que lhe transmitiram e que ele próprio assimilou. É assim que imagino uma miúda que se dê conta que o seu ser a impele para uma referência corporal feminina ao invés das idealizações masculinas que o mundo em que ela se inscreve lhe impinge. E este direito, o de projectarmos os ímpetos sexuais que nos impelem sobre o género que bem entendermos deveria ser um direito inalienável, tal qual… (repito, tal qual) o direito à declaração pública dos nossos afectos. E sinceramente, dispenso grandes erudições ou reflexões académicas sobre a matéria. A resposta está no mundo físico, tangível e acessível a todos. Porque a minha orientação sexual se exprime através de uma coisa muito simples – a minha pila. Porque nem o mais bem-falante behaviorista me conseguiria convencer de que a minha sexualidade não acabaria sempre por ser comandada por ela. Porque ela nunca me deu a escolher sobre os critérios que determinam a sua erecção. Porque ela não me perguntou nunca se eu queria ou não sentir tesão por mulheres. Não escolhi gostar de peles sedosas, braços delicados ou contornos femininos. Não escolhi, na minha infância, ter amores platónicos pelas minhas primas mais velhas, sentir-me atraído por amigas mais novas lá de casa ou, já na adolescência, ter tido sonhos molhados com a filha de uns amigos de uns amigos com quem me cruzei numa festa. Não escolhi ser muito ou pouco normal aos olhos dos outros. Não escolhi gostar de mulheres. Como também não vou poder escolher pelo meu filho. Não vos vou mentir. O ideal tipo para a minha descendência não passa por ter um filho gay. Agrada-me pensar que o meu filho saia com metade das miúdas de Lisboa e tenha a outra metade a suspirar por ele. Que seja respeitado entre o seu grupo de pares, que prefira apanhar umas chapadas a virar as costas a um puto que o insulte; que seja inteligente, bonito, dotado de sentido de humor e, já agora, que não seja o puto que, invariavelmente, passa o jogo inteiro à baliza. Eu tenho direito a traçar os ideais tipo que bem entender para o meu filho. O que não me permito é amá-lo menos se ele não for nada do que eu tiver idealizado. Se for o miúdo a quem roubam recorrentemente o lanche no recreio, a quem ordenam que passe o jogo inteiro na baliza ou aquele que venha um dia a gostar de rapazes.

A parada é um fenómeno impressionante. E estava realmente impressionado com a quantidade de (supostos) “paneleiros” que estava a ver naquele dia. Vi dezenas de autocarros numa avenida que desistimos de percorrer ainda a meio. Pedi autorização para subir àquele cujo visual me agradou mais e tirei meia dúzia de fotos indiscriminadamente. E foi neste autocarro que nasceu este post. E ainda bem que o escrevi. Porque se o fiz foi porque aquilo que me faz sentido neste blog é escrever sobre o que cada um dos meus retratos me diz, sobre o que cada um destes retratos me lembra e sobre cada um dos sítios para onde estes retratos me transportam. Porque, na verdade, o orgulho que dá o nome a este post não é necessariamente o orgulho gay. É também o orgulho que tenho em ter escrito este post. Porque se deixar os meus amigos homofóbicos a fazer contas de cabeça é sinal que já valeu bem a pena tê-lo escrito. Porque se não tivesse tido coragem para o ter escrito aí sim… Independentemente dos meus apetites e voracidades sexuais… Se qualquer receio me tivesse impedido de escrever este post… Aí sim, aí seria um grandessíssimo paneleiro

domingo, 15 de agosto de 2010

ENCERRANDO CICLOS

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver...

Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o nome que damos, o que importa é deixar, no passado, os momentos da vida que já acabaram...

Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais nenhum passo, enquanto não entender as razões que levaram a certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó...

Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seja parceiros, amigos, familiares; todos estarão encerrando capítulos, virando a página, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado...

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará...

Não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem, noite e dia, uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor possibilidade de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...

Por isso, é tão importante (por mais doloroso que seja) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros...

Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível. O que está acontecendo em nosso coração ao se desfazerem certas lembranças significa, também, abrir espaço para que outras tomem seu lugar.
Crescer é deixar ir embora, soltar, desprender-se...

Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas; portanto, às vezes ganhamos, às vezes perdemos. Não espere que lhe devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que compreendam seu amor...

Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará, apenas, envenenando e nada mais...

Encerrando ciclos, não por causa do orgulho, por incapacidade ou soberba, mas porque, simplesmente, aquilo já não se encaixa mais na sua vida...

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem você é.

Glória Hurtado (psicóloga colombiana)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Será

Será que aquilo com o qual sonhas durante a vida acaba por se realizar?
Será que um dia vou ter oportunidade de me sentar e fazer check a uma lista de sonhos?
Será que um dia vou sentir que realizei a maioria dos meus devaneios?


Será???

sábado, 7 de agosto de 2010

Thought


São precisos dois para dançar um tango...

Woman